quarta-feira, 11 de abril de 2012

A HISTÓRIA DO AUTISMO

A HISTÓRIA DO AUTISMO

O nome autismo foi adotado pelo psiquiatra Eugen Bleuler em 1911 para descrever um dos sintomas da esquizofrenia. Este rótulo veio da palavra grega "Autos" que quer dizer "próprio". No começo dos anos 40, Leo Kanner e Hans Asperger, foram pioneiros no estudo do autismo. Eles usavam os termos "autismo" e "autista" (independente de cada um) e assim esta designação nasceu. Kranner e Asperger adotaram este nome para descrever o que estavam pesquisando. Antes dessas pesquisas os autistas eram taxados de retardados mentais, loucos ou com distúrbios emocionais. Enquanto Kanner usava este termo para traduzir o autismo clássico, Asperger descrevia indivíduos mais capacitados e inteligentes. Muito depois Dr. Lorna Wing do Reino Unido adotou o termo Síndrome de Asperger para definir autistas com mais capacidades. Alguns médicos usam o termo clássico Kranner para descrever autistas clássicos.

Depois deste descobrimento, pais começaram a ser observados e psicólogos Freudianos adotaram a teoria que crianças com autismo tinham algum problema com os pais principalmente a mãe e por isso não progrediam. O pioneiro a adotar este termo foi Bruno Bettelheim, um húngaro que imigrou para os Estados Unidos no final dos anos 40 e se tornou o diretor da Escola "Sonia Shankman Orthogenic School" em Chicago, reinvidicou que a causa do autismo eram "As mães geladeiras": mães frias, sem sentimentos que levavam os seus filhos a um isolamento mental. Suas teorias foram aceitas internacionalmente por mais de duas décadas. Bruno Bettelheim cometeu suicídio aos 86 anos de idade acredita-se pelo fato dele ter começado a perder sua credibilidade. Foi descoberto depois que a experiência de Bettelheim foi exagerada ou sem comprovações, e que ele não tinha as qualificações necessárias para dirigir uma escola ou elaborar teorias sobre a causa do autismo. Ele também foi acusado de maus tratos a seus pacientes (pessoas com desabilidade, a maioria autista).

Nos anos 60 profissionais começaram a contestar a opinião de Bettlheim um deles foi Dr.Eric Schopler, mas foi em 1964 que Bernard Rimland, psicólogo e pai de um autista escreveu "Infantile Autism: The Syndrome and Its Implications for a Neural Theory of Behavior". Neste livro, Rimland argumenta que o autismo é uma desordem biológica e não uma doença emocional. Este livro mudou a maneira de compreender o autismo e teve um grande impacto nos futuros tratamentos para pessoas autistas. Com isso a teoria de Bettleheim perdeu a credibilidade.
Fonte: http://www.autimismo.com.br/aut_hist.html

O QUE É AUTISMO?

O QUE É O AUTISMO?

Autismo é uma desabilidade do desenvolvimento que afeta a comunicação e a interação social. Afeta meninos duas vezes mais do que meninas. Atualmente acredita-se que o autismo atinja uma em cada 250 pessoas, e a quantidade de pessoas diagnosticadas como autistas aumentou consideravelmente nestas duas décadas, (embora isso ocorra, em parte, pelo aperfeiçoamento dos diagnósticos e mudanças nos critérios de avaliação do espectro autista).

O espectro autista é como um guarda-chuva que inclui autismo clássico, síndrome de asperger, transtorno do desenvolvimento, dentre outros e é considerado como um conjunto de distúrbios devido à quantidade e à intensidade dos sintomas. Contudo, todos os autistas demonstram falhas nas áreas: comunicação, interação social imaginação, repertorio de comportamentos.

O autismo pode ocorrer em qualquer nível, seja no retardado mental, no QI normal, ou no superdotado e atinge qualquer raça, etnia, não tem fronteiras sociais, não se vincula a determinados grupos e nem à posição econômica ou educacional; o autista pode ser dependente dos outros ou independente, mas sempre com dificuldades nas aéreas sociais. 

Baseado em estatísticas do Departamento de Educação dos Estados Unidos e de outras agências governamentais, o autismo está crescendo de dez a dezessete por cento ao ano. Segundo a Associação Americana de Autismo (ASA) estima-se que o autismo pode alcançar quatro milhões de americanos na próxima década (Serão afetados com algum grau).
Autistas respondem a informações de maneira diferente de outras pessoas. 

Prognósticos dos autistas:

Pessoas autistas têm a mesma probabilidade de vida de uma pessoa regular e, a qualidade de vida vai depender de cada individuo. Algumas pessoas com "High-Function autismo" (autismo de bom funcionamento, o que não é um termo medico, mas é usado para autistas que não são Asperger, mas falam têm um bom funcionamento de ações e reações) podem se casar, freqüentar Universidade, ter uma carreira e participar da comunidade. 

Alguns exemplos: Temple Grandim, uma autista que é professora da Universidade de Colorado, cientista reconhecida mundialmente por seu trabalho com animais. Albert Einstein, um marco no século 20. 
Tito Mukhopadhyay um adolescente com autismo clássico, morador da Índia que, apesar de ser clássico escreve poesias e se comunica. No momento ele está morando nos EUA com a família para os especialistas estudarem seu caso, que é raríssimo. 

Já outros autistas vão precisar de cuidados para o resto da vida. 

Concepções erradas sobre o autismo:

Há muitos mitos e concepções erradas sobre o autismo. Quando se fala "autismo", a maioria das pessoas pensam no autismo clássico, algumas lembram-se do filme "Rain Man" onde o autista interpretado por Dustin Huffman era superdotado.
Apesar deles terem características parecidas, cada um tem a sua maneira de ser. Muitos são capazes de fazer contato olho-a-olho (alguns de uma maneira um pouco diferente do que fazem as outras crianças).  Muitos desenvolvem um bom uso da fala e outros desenvolvem outras formas de comunicação como linguagem de sinais, (PECS).  Crianças podem progredir e diminuir os sintomas com tratamentos e métodos que proporcionem seu desenvolvimento. Muitos são carinhosos, abraçam, beijam e iniciam conversas (sobre assunto que lhe interessa), podem gostar de estar com outras pessoas, mas, normalmente, não querem interagir.  

AUTISMO ENSINAR A BRINCAR

AUXÍLIO NO COMPORTAMENTO E NA COMUNICAÇÃO

Ensinar a Brincar

A brincadeira é a linguagem das crianças. Pela brincadeira se pode aprender a interação social, trabalhar a atenção, seqüências, habilidades, solucionar problemas, explorar sentimentos, desenvolver causa e efeito, estimular a criatividade.
Com a falta de interação social, comunicação e problemas no comportamento muitos autistas vão necessitar de ajuda para estabelecer uma relação com outras crianças e muitos não sabem brincar, o que precisa ser ensinado.
Para começar escolha algo que funcione com o autista, o que chamaria a sua atenção (dinossauros, tubarão, fadas, jogos, bola).

» Deixe a criança iniciar a brincadeira, fazer uma escolha.

» Se a criança recusar a sua presença na brincadeira comece apenas observando-a brincar, depois introduza comentários ("nossa, este carro é bem veloz!"). Não se preocupe se a criança ignorar seus comentários, continue a introduzi-los aos poucos.

» Ajude a criança a engajar-se na comunicação recíproca na brincadeira. Exemplo: a criança está brincando com um carrinho. Você pode pegar outro carro e dizer: "este carro amarelo corre melhor que o azul. Vou mostrar! Cadê o azul? Ah! aqui está". (Pegue o carro marrom e deixe a criança corrigir você). Cometa outros erros e comece uma corrida de carros com isso.

» Quando a criança estiver confortável em brincadeiras recíprocas, aumente a interação. Exemplo: Ela só quer brincar de carrinho, pegue um brinquedo de animal e peça carona, depois reclame que o cachorro está com fome proteste e insista, com o tempo a criança vai parar e brincar de alimentar o cachorro. Aumente a brincadeira e encontre alguns amigos para o lanche, como o elefante, leão, e outros, alargando o horizonte e os interesses da criança.

» Se for muito sobrecarregado para a criança este passo, volte um pouco para traz.

» Evite questionamentos e direcionamentos. Muita estrutura e perguntas nesta hora podem inibir tanto aa iniciativa da criança como o processo dela solucionar problemas.

» Quando a criança estiver se sentindo confortável com a brincadeira recíproca, você poderá direcionar a brincadeira para conceitos e seqüências que deseja trabalhar. Exemplo: Ela só brinca de carrinho e sempre os coloca na mesma ordem. Introduzindo o cachorro e novos problemas, a criança começará a dar atenção a outros brinquedos.

» Brinque e interaja. Pretenda ser um dos brinquedos e explore isso. Exemplo: Ao invés de dizer "venha e me ajude a construir um forte", seja um personagem que está pedindo ajuda. Converse com os brinquedos.

» Quando a criança estiver acostumada com este tipo de brincadeira tente mudar sua estrutura. Exemplo: Se ele só quer brincar com o carro azul, peça para deixar que você brinque uma vez com o carro azul.

» Se a atenção da criança for mínima, não puxe a brincadeira por muito tempo. O importante é ela aprender como é gostoso brincar com outras pessoas.
Não se preocupe se está fazendo certo ou errado. Se divirta com o processo. O único erro é não brincar ou não tentar interagir com a criança.

FONTE: Autism Asperger´s Digest Magazine.  (july-august 2003). pp 12a 14 e pp.20 a 24.


Fonte:  http://www.autimismo.com.br/brincar.html